sexta-feira, 30 de março de 2012

Marcela

Marcela, amiga de classe, companheira de parquinhos. Marcela, o primeiro beijo da minha vida, daqueles que a gente dá no auge dos nossos sete ou oito anos, geralmente em nossos primos. Marcela, de tantos sonhos compartilhados, juras e promessas. Marcela, amiga de toda uma infância feliz. Marcela, que aos onze anos deixou o prédio e a vida com a mãe e foi morar com o pai em outro estado. Marcela, agora sinônimo de saudades, recordações e fotos no mural do meu quarto.
Os anos foram correndo, as lágrimas sessaram, outras tantas eu conheci e beijei. Reformei minhas emoções, reformei meu quarto. O mural foi retirado de seu lugar, as fotos foram empacotadas.
Dez anos depois, chegando da faculdade, indo pegar o elevador, esbarrei nela, Marcela. Marcela, de olhos profundos e esverdeados. Marcela de cabelos soltos acariciando os ombros que me lembraram a cor do mel. Marcela de bochechas coradas, de nariz fino e pequeno, de boca rosada. Marcela de altura mediana, magrinha, de vestido na altura das coxas. Marcela, agora uma bela mulher de vinte e um anos, e eu, Thomas, um homem de vinte e três, ali parado a admirar meu amor de infância.
Sorri sem graça com medo de que ela não me reconhecesse, mas ela me sorriu de volta e arqueou as sobrancelhas.
-Thom? - Ela disse, abrindo ainda mais o sorriso.
-Marcela? - Tentei fazer entonação de certa dúvida, mas tinha completa certeza de que era ela.
-UAU, meu Deus, que ótimo te encontrar! - Exclamou já partindo para um abraço.
Era o mesmo abraço de dez anos antes, acolhedor, macio. Desejei ficar ali entre aqueles braços mais tempo, mas ela logo soltou para me olhar.
-É mesmo, quanto tempo... hm, o que tá fazendo aqui no prédio? Sua mãe já se mudou faz alguns anos...
-É, eu sei, é que eu voltei pra cidade, estou procurando um apartamento para dividir com umas amigas e acabei vindo parar aqui.
-Sério? Vai mesmo ficar de vez? - Pronunciei com empolgação de mais, como o menino de treze anos que ela deixou pra trás.
-Aham, passei no vestibular daqui e resolvi voltar.
-Que ótimo, Marcela, parabéns! Então nós vamos voltar a ser vizinhos... - Não conseguia controlar a empolgação na voz.
Vizinhos... Saídas à noite para beber, às vezes acompanhados pelos amigos, às vezes sozinhos. Marcela que em três meses depois aceitou ser minha namorada. Não me envergonho de dizer que eu vivia Marcela. A vida era tão mais bela! Minha mão em seu pescoço, meu rosto perdido em seus cabelos, seu olhar em minha boca. Marcela agora era céu, era ar, era sol, era sombra fresca. Era um sentar em baixo de uma árvore para ler um bom livro com minha cabeça repousando em suas pernas. Marcela era beijo doce e sem fim. Era força, apoio, confiança. Marcela era amar e ser amado. Eu a amava tanto que vira e mexe até transformava o sentimento em poesias piegas. E assim seguiu minha vida feliz... Marcela do Thomas e Thomas da Marcela; não podia ser mais prazeroso.
Oito meses depois fui esfaqueado com uma notícia: minha mãe tinha câncer e não havia nada que pudéssemos fazer, era questão de esperar. Eu chorei tanto. Encharcava travesseiros, mangas dos casacos, lenços e lençóis. Eu virava as noites perturbado, rolando pela cama, mente dormente e coração pesado. Justo nessa época Marcela começou a se afastar, me deixando perdido, cada vez mais longe de seus toques, tão distante de seus beijos, beijos agora curtos e penosamente frios. Em meio aos dias cansativos, tentando lidar com a doença da minha mãe que se mostrava cada vez mais debilitada, me esforçando para não repetir matérias na faculdade, ainda tentava resgatar Marcela.
Emagreci uns dez quilos, ganhei olheiras, notas ruins na faculdade e Marcela continuava a se afastar. Tentei de todas as formas que pude trazê-la para dentro de meu abraço e não deixá-la sair jamais, mas agora Marcela era pálida, de meios sorrisos, poucas palavras. Em nossas conversas seu olhar se tornava vago como se estivesse em outro lugar, suas mãos fugiam às minhas. Não havia jantar, passeios, flores, chocolates ou conversas que a fizesse voltar.
Em uma tarde, como que adivinhando o que estava por vir, cansado de toda aquela tempestade, me arrastei para a cama da minha mãe e me aninhei ao lado dela. Chorei como nunca havia chorado antes, um choro que me fazia sentir-me trêmulo, frágil. Em meio aos soluços contava a minha mãe meu medo de deixá-la morrer, eu não tinha mais ninguém, Marcela tão distante me deixando tão angustiado. Minha mãe me afagava com carinho e me dizia que tudo ficaria bem, de uma forma ou de outra. Dois dias depois Marcela terminou comigo. Uma semana depois minha mãe faleceu.
Fiquei tão perdido, sem pernas, sem ar, sem forças, sem perspectivas da possibilidade de ter um bom futuro. Marcela não mais me ligou, não mais me atendeu, não me procurou. Nos víamos algumas vezes no saguão do prédio, mas minha presença parecia não significar nada para ela. Ela tinha escolhido me deixar e parecia estar convivendo muito bem isso, o que me deixava aos pedaços.
Em uma certa tarde fui para a nossa sorveteria, nosso lugar. Ela estava lá, sentada em nossa mesa. Seus olhos brilhavam, sua pele estava corada como se tivesse passado um final de semana na praia. O som de sua risada me fazia estremer de saudade. Suas mãos estavam em cima da mesa, macias e alongadas, buscando um outro par de mãos. De frente para ela estava um outro alguém, alguém que ela deve ter conhecido enquanto eu era só um zumbi que sugava as energias dela para tentar sobreviver nos meus dias penosos. Alguém para quem ela sorria e dava as mãos e inclinava o busto por sobre a mesa para beijar.
Saí dali antes que ela desse conta de minha presença. Fui andando pelas ruas sem saber para onde ir. Senti que era o fim da linha. Ao anoitecer cheguei à ponte da cidade. As águas corriam violentamente lá em baixo. Fechei meus olhos, pensei na minha mãe que agora devia estar bem, sem mais sofrer, pensei em alguns amigos da faculdade que não sabiam o que fazer para tentar me animar, pensei em Marcela. Marcela agora feliz e revigorada, longe de mim. Então ali, apoiado nas barras de segurança da ponte me dei conta de que não tinha mais nada a perder. Abri meus olhos e admirei a correnteza lá em baixo por alguns minutos. Peguei meu celular e escrevi uma breve mensagem:

"Eu vou, mas estou levando parte de você comigo. A parte mais bonita, o brilho que você tinha quando era minha."

Enviei para Marcela. Repousei o aparelho no chão e sem mais pensar, me joguei. Não fiz muito esforço para me salvar, o escuro, a correnteza e as pedras deram cabo da minha vida. Não doeu, não doeu nadinha.


Imagem retirada do We♥It

segunda-feira, 19 de março de 2012

Bad Romance


De repente me bateu uma vontade louca de te escrever. Daquele tipo de vontade que só passa quando eu me rendo e começo a escrever. E mesmo se eu fizesse birra e me recusasse a colocar tudo no papel, as palavras ficariam se unindo e formando frases e até parágrafos inteiros e me levando a loucura.
Você não sabe, mas eu te escrevi uma carta de aniversário, a próprio punho, caprichei na letra, escolhi as palavras, mas não coloquei junto ao seu presente antes de te entregar. Acho que fiquei com medo de ter expressado sentimento de mais ou de ter sido inconveniente, ou sabe-se lá o que... agora a carta está dobrada em 2 partes, dentro do meu livro favorito na minha gaveta.
Eu ainda te amo, mas aos poucos vou perdendo o frenesi, estou me habituando, aprendendo que nem tudo o que eu quero eu posso ter. É que eu me sinto tão próxima a você, ligada de uma forma estranha e ao mesmo tempo engraçada. Eu sei bem que não é pra ser, essa parte eu superei com louvor, mas eu preciso te falar que eu te amo, todos os dias, mas sem segundas intenções, aquele eu-te-amo que vai sair naturalmente e que não vai te deixar sem graça de ouvir ou mudo sem saber o que falar. Aquele eu-te-amo que sairá da minha boa quando você fizer qualquer coisa gentil, aquele eu-te-amo inocente que melhores amigos dizem uns para os outros.
Você que guarda todos os meus segredos e sentimentos é uma das pessoas que eu mais deposito confiança, eu me sinto segura te contando minhas bobeiras e aqueles problemas de teenagers... conspirar contra os outros com você e te ajudar com meu senso crítico me deixa feliz. Você que anda tão sem assunto se afogando nessa nova fase da sua vida me faz querer te tirar daí por um ou dois dias e te trazer aqui pra casa para sentarmos no sofá e vermos um filme thash, me faz querer sair pelo mundo, andar por andar por aí, coisas de melhores amigos.
O dia que tivemos aquela breve conversa por msn depois que você leu aquele texto foi um dos dias mais importantes até o vivido presente momento. Eu nunca tinha me sentido daquele jeito antes. Você falou que me amava pela primeira vez, mas que não gostava de mim, que realmente não é pra ser. Eu admirei muito sua coragem de enfrentar sua aversão à sentimentos, para me explicar que eu tava doida, eu morri de emoção. Sua sinceridade me libertou. Eu queria chorar de alegria e cantar e correr e gritar e dar socos no ar. O que eu pensei que iria nos afastar, hoje me parece que nos uniu mais. Encarar as verdades contidas nas amargas palavras daquele texto nos fez crescer juntos, nos fez dar as mãos para subir um degrau ou dois das escadas de nossas vidas. E agora, mesmo seguindo rumos diferentes, nos vendo (com sorte) de mês em mês, posso afirmar que não preciso "correr atrás de você", você virá até mim sempre que precisar, o medo de que você suma não existe mais porque eu sei que você volta, agora você volta.
Que esse recomeço seja excelente para nós dois. Que tudo o que sempre desejamos venha se concretizando aos poucos. E que o mundo vá te mostrando tudo o que de melhor há para você aproveitar e que o receio de viver a vida vá sumindo junto com a teoria de que você não tem o que viver. E quando te bater medo ou insegurança, pega minha mão porque eu nunca vou te deixar, não importa o que aconteça.
E os muitos "eu te amo" que eu tenho pra te falar, vou guardar para quando você estiver pronto para ouvir e eu preparada para falar sem que as nossas mãos tremam.
Pois bem, não entreguei sua carta de aniversário porque tive medo dos efeitos do meu sentimentalismo em você, mas agora eu faço um texto pelo menos quinze vezes mais emotiva, mas eu não me importo mais. Preciso dizer que eu estou bem, que eu quero que fiquemos confortáveis com isso tudo, passou, acabou, foi um engano honesto. E eu não posso terminar esse post sem te dizer, de todo o meu coração, que eu te amo, melhor amigo do mundo!

terça-feira, 13 de março de 2012

Dez de Março de Dois Mil e Doze

Dois anos de grande tortura, mas agora eu me sinto viva de novo. Ainda de mansinho, engatinhando, acumulando força e coragem para recomeçar a andar. Pode parecer que estou com a corda toda, mas é só a sensação que se tem ao experimentar pela primeira vez o paladar de “vida boa”, que nos deixa em êxtase, mas depois vai desacelerando. Boas lembranças. Ah, como são boas as lembranças da primeira noite do resto de toda a vida boa que eu tenho pela frente!
Algumas falas e ações foram esquecidas ou embaralhadas pelo cérebro que estava enevoado, mas praticamente todas as músicas foram dançadas como se não houvesse um novo amanhã, como se fosse o último sábado a noite do resto de minha vida.
Eu estava ali no meio de pessoas tão importantes, de gente tão legal, que às vezes me ajudaram tanto e nem fazem ideia disso. Eu estava ali dançando com o corpo, com os cabelos, com a alma e o sorriso de liberdade. O ar faltava em meio a tantos giros e passos desengonçados e improvisados, o suor escorria, mas sempre chegava alguém com um copo na mão e lá se iam goles de bebidas que não me lembro o nome, só a cor. Tudo tão bem, tão leve.
Eu dançava ao lado dele, mas a vontade de puxá-lo pela nuca e cumprir uma promessa maluca feita dois anos antes não me veio em nenhum momento. Eu só queria aquilo mesmo, dançar juntos como malucos que ainda têm a vida inteira pela frente, como uma garota e um garoto que são melhores amigos, como melhores amigos que querem comemorar a grande noite! E foi isso, tudo tão maduro da nossa parte, tão suave.
Eu e minhas amigas rindo e dançando com o vestido colado ao corpo devido ao suor, mas a gente não estava nem aí, só queríamos isso mesmo, aproveitar e brindar a chegada dessa nova fase. E os goles que me tiraram do chão, que me fizeram achar graça no rosto das pessoas, nas luzes, nas vozes, na vida, ah os goles! Os tantos goles que fizeram efeito sem que eu desse conta, a pista de dança agora girava rápido e eu flutuava.
Aí começa a tocar “Someone Like You”, nada melhor do que isso para ir se jogar na pista e brindar o fato de que vou achar alguém como você e gritar com todo o meu pulmão que é pra você não me esquecer porque eu vou sempre te amar, mas agora vai ser um amor saudável, do tipo que conta e guarda segredos, do tipo que une irmãos.
Do nada o clima nostálgico (porém muito libertador) se desfaz em meio aos efeitos de luzes e fumaça e o ambiente é preenchido pelo clima sertanejo. Não sei nem me mexer nesse ritmo musical, mas a verdade é que me joguei ainda mais. Larguei meu copo daquela bebida (bebida essa que a Jéssica no auge de sua loucura começou a chamar de balinha) e comecei a dançar de olhos fechados. Alguém me puxou e me tirou pra dançar mesmo eu sendo tão péssima em coordenar os pés quando a dança é a dois, mesmo eu não sentindo o chão sob meus pés. E assim foi. Intenso eu diria. Eu podia estar em um nível comprometedor da minha sanidade que eu nunca havia chegado antes, mas eu me sentia consciente. Eu estava destemida. Não sei se consegui coordenar mãos, pés, cabeça, mente, boca e olhos, mas eu sabia que aquela era a hora e o lugar, que era o certo a se fazer, mesmo que talvez doesse no fundo da minha alma ou na alma do meu bad romance, mas foi fácil e eu tive certeza que estava livre.
E aí me vejo com todos os meus amigos ao meu redor me olhando como se nunca tivessem me visto antes. Talvez tenha sido exatamente isso. Ali de pé estava alguém liberta e consciente, agora no controle de suas ações e sentimentos. Alguém que tinha acabado de recomeçar. Alguns ficaram preocupados tentando me acalmar, me por em mim de volta, mas eu estava tão bem, tão feliz, tão leve, tão risonha que eu me prometi que eu nunca mais seria outro alguém que não fosse essa nova pessoa.
Fim de noite, início de vida.
Obrigada a todos os envolvidos pelos três fabulosos e indescritíveis anos. Pelas gargalhadas, brincadeiras e tormentos também, por que não? Acho que todos crescemos muito de alguma forma, amadurecemos ao longo do tempo e talvez tenhamos até nos tornado pessoas melhores.
Obrigada a você que já estava há praticamente um ano tentando me tirar pra dançar, mas acho que foi na hora certa (apesar dos pesares, rs). E que agora a vida e as coisas sigam assim, naturalmente.
E quais são as minhas lembranças da noite de formatura? O lábio inferior roxo, uma noite flutuante, conversas das quais só me lembro das gargalhadas, um brinde em comemoração ao encerramento de mais um ciclo e a maravilhosa sensação de dever cumprido!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Outono, não vá se demorar

Essa semana foi quente. Em quase todos os sentidos da palavra.
Perambolei com a Bruna pelo centro da nossa cidade procurando pré vestibular. Nos deparamos com uma surpresa no meio da praça da liberdade e acho que nunca mais empregaremos dois reais em algo tão produtivo e delicioso. Andamos em baixo do sol escaldante que além de nos desidratar, queimava nossas costas o que nos deixou com a marca da blusa T_T Visitamos todos os cursos da nossa listinha mental e chegamos a uma conclusão: pré vestibular é muito caro. Bateu o arrependimento: deveríamos ter estudado esse ano. Desilusões à parte, continuamos nosso caminho. Depois de nos convencermos de que não há pré vestibular descente por menos de 200 reais, encerramos nossa procura indo ao shopping para aproveitar um pouco do ar condicionado, ir à livraria e a algumas perfumarias. Tirei sarro da cara da moça que tava querendo me dizer que todos os perfumes da linha CH pertencem à Carolina Herrera - JURA? - saímos do shopping ao som de Video Games da Lana Del Rey.
O sol simplesmente fez questão de marcar presença pelo resto da semana e eu decidi começar a estudar pra valer. Meti a cara em história porque continua sendo a minha matéria específica (e pensar que em um momento de desespero eu quis colocar os pés na engenharia), anyway, não tinha ventilador que ventasse um ar fresquinho, não corria uma brisa, minhas coxas suavam, meu cabelo incomodava e a paciência faltava, mas consegui estudar bons 9 capítulos abrangendo toda Idade Média chegando a Reforma Protestante.
No meio da semana foi "aniversário" de dois meses do meu Vidinho. Como minha família não perde oportunidade de comemorar, lógico que teve bolinho e parabéns, mas eu não pude comparecer e eu tive que me contentar em ficar vendo o filme "Se enlouquecer não se apaixone" ou algo assim.
Sábado de manhã fui eu toda prosa entrar no facebook e email, como de costume e levei um dos maiores sustos da minha vida. Facebook estava lá me informando que às 04:25 da manhã (de sexta para sábado) haviam alterado minha senha, primeiro baque. Corri para abrir meu email, a senha não estava correta, segundo baque. Entrei em desespero, nunca haviam me hackeado antes. Liguei pra Bruna, meu twitter ainda estava a salvo, mandei um mention para a única pessoa que me vem à mente nessas horas de desespero: Nathan. Como eu já estava de saída nem pude fazer nada. Fui à casa da Bruna, passei a ela todo o meu atual conhecimento histórico e ela me relembrou o quanto eu odeio log e o Nathan me mandou sms dizendo que tinha conseguido recuperar minhas senhas e tale. Às 18:00hs entramos no facebook e estava lá tudo bonitinho, mas não deu nem 10 minutos e me hackearam de novo enquanto eu estava ali, online. Corri para o meu email, a mesma coisa, fui ver o email secundário, senha incorreta também. Quando fomos ver, até meu amor chamado twitter tinha sido atacado. Entrei em pânico total, comecei a tremer, a Bruna tentou me acalmar, mas eu suava dos pés à cabeça, entramos em contato com um amigo para tentar resolver isso e n-a-d-a. Liguei desesperada para a casa do Nathan, mas ele não tava e nem mesmo o celular ele tinha levado. Fiquei tão sem ação que eu não conseguia nem pensar, só deitei na cama da Bruna quase chorando. Colocamos a cabeça pra funcionar: Quem poderia estar fazendo uma coisa dessas????? Justo comigo que não tenho inimigos, minha ficha é limpíssima, sem antecedentes criminais, nunca briguei, nem arranjei intriga... Tinha que ser alguém que tinha algo fixo em mente, porque não mexeram em nada, não publicaram nada se passando por mim, e o pior, hackearam duas vezes, ou seja, tudo muito estranho... Levantamos umas suspeitas. Meu pai foi me buscar, eu estava totalmente abalada e ainda tinha uma festa para ir. Fui sem a mínima vontade. Cheguei em casa e quase chorei quando olhei pro computador que nem tive coragem de ligar. Não dormi muito bem, mas a noite me pareceu bem curta. No outro dia com a ajuda do Nathan consegui ir recuperando tudo aos poucos, fui ver se não tinham corrompido minhas redes sociais e tudo voltou ao normal. Seja lá quem foi, devia estar a procura de algo nas minhas redes, mas como eu disse, sou uma pessoa limpa, sem segundas intenções e alheia à brigas e confusões.
Já faz 24 horas que está tudo seguindo normalmente. Vim aqui no blog e tinham trocado minha senha também, puta dor no estômago de novo, mas graças aos céus consegui reativar a conta e meu email secundário. E aqui estou eu, ainda meio abalada - não desejo isso pra NINGUÉM - e com uma suspeita na minha lista, mas não há nada que eu possa fazer além de torcer para que entendam que eu sou da paz.
E hoje eu fui fazer minha matrícula no pré vestibular, começo as aulas amanhã e só paro dia 23 de novembro. Longa trajetória, todas as tardes... só espero que passe rápido. Sabem, sou experiente quando o assunto é "trocar de escola", mas sei lá, estou com aquele frio chato na barriga, aquele receio de lugar-novo-e-gente-nova, mas no fundo eu sei que vai dar certo, pelo menos sempre deu, espero que dessa vez não seja diferente.
Parece que o sol está dando uma trégua em fim. Espero que o outono comece a dar as caras, que as coisas comecem a sair desse ~chove não molha~, que novas amizades venham pra ficar, que tudo comece a dar certo novamente. Torçam por mim, pois estou realmente começando a colocar em prática o "Tudo novo de novo".