quinta-feira, 24 de maio de 2012

You have bewitched me, body and soul

Esse texto será curtinho, sobre um pensamento rápido que me ocorre todas as vezes que vejo o filme Orgulho e Preconceito.
Pois bem, eu sei o que eu tenho dito. O discurso que eu tenho feito. A teoria que eu venho tentando aplicar na vida prática. Essa coisa do "me beije, não me ame", do "não ao status de relacionamento sério" e todas essas aversões aos nós em meus relacionamentos. Tenho dito que por agora só quero alguém que tenha um jeito canalha de ser, do tipo que não vai puxar uma conversinha qualquer no facebook, que não vai me mandar sms, que vai sair pela noite e não vai me avisar, que vai me matar de raiva, que vai sumir no mundo, alguém que eu não tenha que me preocupar em não magoar. Por agora eu realmente quero isso por questões muito simples. Primeiro porque estou em um momento importantíssimo da minha vida, tentando focar todas as minhas energias em estudar para passar no vestibular. Segundo que nessa fase em que me encontro eu sei que não tenho estrutura emocional para lidar com relacionamento sério, essas coisas de carinho, zelo, compreensão, atenção, paciência, fofices e tantos outros blás... até porque eu nem quero entrar em uma dessas com esses meus poucos dezessete anos.
Mas eis que surge a minha exceção. Mr. Darcy. Sim, o sujeito de Orgulho e Preconceito. Toda vez que vejo o filme, vou lá e me derreto por aqueles olhos, por aquela expressão sisuda e vou mais além. Eu olho para aquele Mr. Darcy arrogante, rico toda vida, preconceituoso e com ar de superioridade e construo uma cópia dele só pra mim, que pode até ter todas essas características emocionais, mas que no fim da história ele vai correr pelo campo e dizer que largou tudo por mim e não pela Lizzie, rs.
Sou uma adolescente e seria hipocrisia dizer que não quero um amor pra vida inteira. -EU QUERO!- E se fosse o Mr. Darcy eu iria querer até mesmo agora, não o deixaria ir, afinal ele é minha exceção. Eu largaria todos pelo MEU Mr. Darcy, todos esses bonitinhos e convencidinhos, todos esses canalhas. Tenho consciência que o melhor é que o meu Darcy apareça em minha vida lá pra frente, quando eu tiver maturidade suficiente e responsabilidade para saber lidar com essa coisa de amor ardente.


(Daqui)

Eu simplesmente não aguento aquele olhar, aquele misto de franqueza, frieza, bondade, orgulho, generosidade, superioridade, riqueza, humildade... aqueles gestos, o modo de expressar os sentimentos. Acho que é por isso que eu amo Orgulho e Preconceito, porque eu consigo acreditar e enxergar que existem príncipes encantados que não são tão encantados assim, mas que ainda podem ser o amor de nossas vidas, ao contrário do que pregam os contos de fadas tão fantasiosos -rs- onde o príncipe é um herói loiro, montado em seu alazão, com carinha de bebê, livre de defeitos.
E eu quero isso mesmo.. que na hora certa me apareça meu Mr. Darcy cheio de defeitos que eu vou amar e que vai amar aos meus defeitos também. Que não vai calçar um sapatinho de cristal em mim, mas me dirá as palavras certas. Que não vai me despertar de um sono profundo, mas vai me provar por ações que eu sou importante para ele. Que vai me conquistar sem que nem eu mesma perceba e me provar que eu posso sim ser muito melhor ao lado de alguém como ele. Aí sim eu vou deixar que ele entrelace os dedos dele nos meus e me puxe pela cintura para que eu me aninhe em seu peito. Aí sim eu vou saber que essa história de eu ser ~melhor sozinha~ é só uma desculpinha barata que eu criei por não ter encontrado ainda o Mr. Darcy amor da minha vida.


(Daqui)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Para fora do meu corpo e além!

Frequentemente eu tenho a mania de partir de uma coisa boba, criar uma tese e depois pensar demais. Eu penso demais, crio argumentos demais, me engano e me desengano todo o tempo. E foi de um desses meus devaneios que surgiu esse texto, que sinceramente eu tentarei organizar e encaixar as ideias da minha cabeça de forma que as palavras não fiquem tão confusas. Não acho que eu vá conseguir, mas quero compartilhar isso com vocês, mesmo que depois alguém me atire um tomate na cara e diga que estou ficando maluca. A vida segue.

Uma conversa que tive esses dias me fez ficar pensando em como a maioria das pessoas estão ficando vazias, mais do que isso, me fez ficar construindo e desconstruindo teorias do porquê de as pessoas estarem ficando -supostamente- vazias. Você deve estar se perguntando "Mas vazias de que?", eu respondo, vazias de si mesmas. Vou tentar explicar melhor.
Muitas vezes quando conhecemos alguém que nos parece ser legal, e o que sabemos sobre essa pessoa se resume ao seu nome, idade e algumas crônicas de amor, acabamos por construir uma perfil para ela, imaginamos coisas, idealizamos lugares, sorrisos, filmes, livros, cantores favoritos e até mesmo o possível modo da pessoa pensar e agir diante de certas situações (ou isso é uma coisa que só eu e meu amigo do pré fazemos?). Tudo perfeito até que a pessoa em questão vai aos poucos desconstruindo toda a imagem magnífica que você fez dela e isso meio que nos desilude. Triste não? Não! Temos que aprender a lidar com isso. Ninguém nunca vai ser do jeito que esperamos, nunca irá fazer exatamente aquilo que queremos, nunca irá atender a todas as nossas expectativas, ao contrário, a tendência é que nos frustremos mesmo. Afinal, cada cabeça é um mundo, já diria minha vó... Acho que isso é o que chamam de "aprender a conviver em sociedade", nos frustrar com as pessoas e mesmo assim seguir sem nos deixar abalar por isso.
Mas o que isso tem a ver com a maioria das pessoas estarem ficando vazias? Justamente o fato de imaginarmos indivíduos que são diferentes dos outros e na verdade nos mostram ser uma coisa totalmente diferente, geralmente pertencentes e seguidores de um padrão imposto pela sociedade. A sensação é que eles não possuem nada a acrescentar em nossa vida, como se fossem cópias quase que fiéis das tantas demais pessoas que conhecemos todos os dias, com as mesmas ideias, teorias, gostos e argumentos, como se não houvesse nada singular dentro deles, nada que os fizessem transbordar e ir ao nosso encontro, nada que nos fizesse querer aprender algo com eles, nada que nos chamasse a atenção por ser novo, mágico. Parece que todos estão caindo na mesmice, estamos nos tornando uma geração de pessoas iguais. E isso está ficando chato.
Porém, continuei pensando melhor. Pensei tanto que no fim entendi que não há esse tal vazio. Não é possível que todas as pessoas, mesmo que sigam o tal do "padrão social", sejam assim, todas sem graça... Cheguei a conclusão de que mesmo que alguém seja "igual" aos demais, sempre haverá algo que vai nos diferenciar, pois cada um de nós é um ser humano diferente, que foi criado, educado e influenciado de formas diferentes, que aprendeu, viu, teve contato e experiências com coisas distintas. E me apropriando aqui de uma verdade física, tudo depende do referencial, e no caso, o referencial sou eu. Talvez EU esteja querendo cobrar demais das pessoas que me cercam, talvez EU esteja com muita sede do novo, do inusitado e estou meio que achando todo mundo muito insossinho ultimamente. Creio que nós nunca vamos conseguir parar de criar expectativas, isso é verdade, mas não devemos nos martirizar por achar que as pessoas são diferentes quando na verdade não são; mas aí que está! ELAS SÃO DIFERENTES! GENTE, AS PESSOAS SÃO DIFERENTES E ISSO É LINDO.
Ano passado, em meio aos tantos devaneios da aula de artes, um texto me chamou muito a atenção. Não me recordo o autor que pensou com tamanha genialidade, mas ele dizia que quando nos comunicamos com alguém saímos de nós mesmos e vamos em direção ao outro, entramos no outro e voltamos para nós trazendo conosco algo desse outro alguém. Percebeu? Ao me lembrar disso me dei conta de que tenho que me desvincular de meus próprios padrões, baixar a guarda e aí sim vou poder perceber que ninguém é completamente vazio. E que nessa vida de ir e vir, levar e buscar um pouquinho de cada um para nós, acabaremos por transbordar coisas boas.