quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Considerações finais sobre 2012

Ano passado eu prometi dar meu melhor em 2012, estudar like never before, realmente colocar alma, coração e principalmente cérebro focados em um objetivo. Tenho orgulho de dizer que nesse ano, diferentemente dos demais, eu cumpri o que prometi. De 100%, digamos que eu atingi 80%. Não foi exatamente o que eu planejei, mas hoje, a 11 dias do fim do ano, posso seguramente dizer que estou feliz com o meu desempenho. Ainda não sei se conseguirei a minha vaga para o curso que quero, não sei se o esforço que fiz durante todo o ano valeu à pena. Não sei se meus planejamentos de vida terão que ser alterados devido ao vestibular. Entretanto, dentre as muitas coisas sobre esse ano que eu não sei, tem uma, somente uma sobre 2012 -que possivelmente afetará todo o meu futuro-, que eu sei. E sei bem.
2012 definitivamente não foi em vão. Tirando a parte duvidosa sobre os estudos, todo o resto foi proveitoso. Foram as pequenas coisas, os conselhos, o aprender a me importar com os outros, os sorrisos, as conversas, os textos, os poemas, as músicas. Foi o neon, a cabeça encostada na janela do ônibus na volta pra casa, foram as tardes quentes, as chuvas torrenciais, de monção, as lágrimas, a admiração, foi o pegar as mãos para atravessar a rua, o jogo dos pontinhos, foi a dúvida entre exatas e humanas, o abstrato, o objetivo que se transformou em subjetivo, os minutos sentada observando o céu e os carros passando na via light, as conversas sobre eu ser eu sendo eu de formas diferentes ao longo do tempo. Foi a máfia, as infâmias. Foi o nascimento do Davi, a recuperação do Davi. Foi meu A. Foi o encontrar o caminho quando eu ainda me sentia perdida. Foi o preencher o vazio. Foi o feriado na sorveteria, as cinco páginas, a Minnie, as mensagens, o facebook. Foram as terças do fondue e as sextas do yakisoba. Foi o “Não há Vargas!”, a falta de paralelismo, foi o “leite, fígado, ovos e hortaliças”. Foi o sumiço da Candelária, o Impressionismo. Foi a fé e o café. Foi o Andy, a Guísella, a Emylli, a Bianca, a Juliana, a Thayná, a Rayssa, o Bruno, a Jéssica, o Pedro, o Rodrigo, foi o Lucas. Foi tanta coisa...
E agora, faltando tão pouquinho para o fim desse ano, eu estou aqui concluindo que valeu e me arrependendo das tantas vezes que conversei com minha sis no telefone dizendo que 2012 podia passar voando pela gente, alegando que eu não queria mais, que essa fase poderia acabar de uma vez. Contudo, eu estava enganada. Não foi um ano bom como foram todos os outros anteriores. Foi melhor, foi magnífico. Um ano que estava fadado a ser o pior de minha vida até aqui, o ano perdido, aquele que não deveria ser mencionado na posterioridade. E a diferença entre ele e os outros está no eu. Eu posso, eu consigo, eu tenho como fazer. Eu posso sim ser legal e conversar com desconhecidos, eu posso fazer amizades fantásticas com pessoas totalmente diferentes de mim, eu posso chorar na frente de todo mundo, eu posso me desesperar, eu posso ser maleável. Eu não preciso ser sempre a durona, eu não preciso disso. Eu posso me permitir errar, descobrir que se eu quiser, eu arrebento nas exatas. Eu posso assumir não ser boa em história e ainda assim prestar vestibular pra Direito. Descobri que eu tenho um grande coração e 2012 me mostrou isso de uma forma brilhante. Iceheart no more. E faltando duas semaninhas apenas para a chegada de 2013 estou entre lágrimas porque eu quero que ele dure mais um pouquinho, que ele me ensine mais, que ele me mostre mais, que ele me surpreenda mais.
Hoje tem algo dentro de mim batendo nas paredes de minha pele, gritando na minha garganta, fervendo no meu sangue. Algo está palpitando me implorando pra não parar. E daí se eu não conseguir direito na primeira classificação? E se física for o meu destino? E daí se eu me apaixonar? E daí se eu me mudar? E daí se eu mudar? Eu não vou parar o que começou esse ano. Eu descobri que posso muito mais do que eu pensei que podia. E agora, o que me resta é dar adeus a 2012 e desejar que ele permita que seus efeitos se estendam por 2013, 2014, 2015 e para o resto de minha vida.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Para não dizer que não falei sobre o fim do mundo

O fim do ano se aproxima, mas antes, todos temos um compromisso marcado com o suposto fim do mundo. Dia vinte e um de dezembro de dois mil e doze. O clima tempo confirma sol e aumento de nuvens de manhã com pancadas de chuva à tarde e à noite.
Cada um vivendo sua vida, fazendo as compras de fim de ano, fazendo promessas para 2013, mas não, os maias simplesmente pararam de contar o tempo no dia 21/12/2012, nem nos deram a oportunidade de comemorar o Natal e comer uma bela ceia, fazer uma despedida, um amigo oculto...
Para completar nossa sorte, há uns que ainda estão dizendo que Ovnis marcaram presença lá no evento do facebook: Fim do mundo terrestre. Se eu fosse eles também confirmaria e não perderia por nada, afinal estão prometendo um verdadeiro espetáculo da mãe natureza para recebê-los: terremotos, maremotos, vulcões explodindo pra tudo quanto é lado, meteoros alcançando nosso solo. Não vai ser fantástico? Contudo, onde é que a gente fica nessa história toda? No meio desses festejos, eu digo pra vocês: não ficaremos.


Tenho que confessar que não estou com medo, nem um pingo. Não acredito na teoria e acabou. Mas tem gente que acredita. Tem gente que acredita e está morrendo de medo. O que não faz muito sentido. Se é o fim do mundo, todos vamos morrer. Eu, você, os australianos, os porto-riquenhos, os cubanos, as girafas e os ipês amarelos. Não fui informada da possibilidade de haver sobreviventes. Não acho que alguém ficará pra contar a história e definhar sozinho perambulando no mundo devastado igual aos filmes de zumbis, vírus mortais e outras desgraças que assolaram a Terra (ok, talvez venha o apocalipse zumbi depois do fim do mundo, mas continua não fazendo sentido, já que não restarão cérebros saudáveis para serem devorados). Então, meus caros, não há o que temer. Talvez, lá no fundo, o problema seja o arrependimento. Ver o fim diante de seus olhos e se dar conta de que não foi capaz de concluir o que queria. Uma boa casa, carros, viagens, realizações profissionais, família... tantos desejos que não foram realizados e aí BUM, fim.
Porém, há a possibilidade de um recomeço. Imagina só, abrir os olhos na manhã do dia 22. Eu sambaria na cara dos maias -Isso se eu soubesse sambar e se os maias ainda habitassem nosso planeta. É.- Sem ovnis, sem desastres, sem meteoros, todos vivinhos da silva. É o que diz um pessoal mais otimista (a.k.a numerólogos). Para eles, é só o fim de um ciclo e o início de outro. Uma nova chance de fazer tudo aquilo que temos de fazer, só que da maneira certa. Na verdade, eles só estão dizendo aquilo que deveríamos fazer todas as vezes que fogos de artifício clareiam o céu marcando o início de um novo ano. Ser mais condescendente, paciente, agir com mais amor, e todos aqueles eteceteras.
E, para encerrar esse texto, uso um argumento de autoridade que confirma minha descrença sobre esse devaneio de fim do mundo: "The world will not end in 2012. Our planet has been getting along just fine for more than 4 billion years (...)" Estão vendo? Estamos aqui  por quatro bilhões de anos! E devemos sobreviver por pelo menos mais quatro! Acho que é tempo suficiente para realizarmos tudo aquilo que queremos, da melhor maneira possível e ainda vai sobrar um tempinho para relaxar, acreditem. Se até a Nasa está comigo, então pra que temer?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

1001 coisas que eu odeio em você

Eu não quero dizer o quanto eu odeio a forma que você joga esse cabelo pra trás tentando afastá-lo dos olhos. Nem como eu odeio a forma como você me olhava de canto de olho por de trás da folha. Ai, como eu odiava olhar para seus tênis e vê-los sempre incrivelmente brancos, SEMPRE. Eu odiava esbarrar com você nos corredores e perceber que você fingia que não tinha me visto. Odeio o seu discurso de chegada e de despedida. Odeio a forma como você se curva pra frente e começa a rir sozinho ao lembrar de algo engraçado. Odeio mais ainda quando contava as suas histórias da faculdade. Odeio a sua letra. Odeio a maneira como coça os olhos. Odeio quando você fala exatamente igual ao seu irmão. Odeio quando você fala de mulheres. Odeio quando banca o presunçoso pra cima de mim. Odeio tanto a maneira que você abre a garrafa d'água. Odeio sua voz. Odeio a mania que você tinha de invadir a aula do meu professor favorito. Odeio a pinta de bom moço que você tentava passar. Odeio quando você manda sms às sete da manhã, mas odeio mais ainda quando você não manda. Odeio o fato de ter te dado meu telefone. Odeio essa ideia que você colocou na cabeça de que sou marrenta. Odeio quando tenta ser fofo e consegue. Odeio quando age igual a um babaca. Odeio as coisas que você falava para me ter na sua. Odeio seu nome. Odeio sua presunção. Odeio saber que no fundo você é sim um cara legal. Odeio passar por montanhas e lembrar de você. Odeio seu nome, sua cor, sua altura, seus óculos, sua idade, suas blusas polo, seu cabelo. Odeio o fato de você ter sumido e consigo odiar mais ainda o fato de eu não ter direito nenhum de te perguntar o que está acontecendo porque certamente você vai me achar uma maluca. Odeio não saber como chegar e te falar que eu não me iludi com nada, mas que ainda assim você é um idiota sem vergonha. Odeio não te odiar. Odeio não encontrar motivos concretos para te odiar.
Então, por favor, tenha a decência e a maturidade de retirar tudo o que me disse e suma de uma vez ou eu vou começar a ter motivos para realmente desgostar de você.


Kat me entenderia.